São muitos os bons documentários sobre Rock 'N' Roll, por isso ainda temos dezenas de coisas para falar aqui nos Arquivos do Rock. Confira agora a terceira parte de nossa epopeia da sonzeira, e se faltou algum doc que você curte, não se alarme, ele provavelmente será comentado em breve. Caso tenha perdido a primeira e segunda parte, clique AQUI 1 e AQUI 2.
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Sound City (2013)
Para começar esta primeira análise é preciso dizer que, infelizmente, o lendário estúdio Sound City já fechou suas portas. Como um verdadeiro símbolo, ele tombou diante do imediatismo da música atual, que tornou tudo mais fácil, comercial e bem menos interessante. No documentário "Sound City", o músico e (pela primeira vez) diretor Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters), além de prestar uma sincera homenagem, também realiza uma espécie de tributo pessoal ao mítico local de pura criação.
O grande mérito (e maldição) do Sound City foi sua honestidade. A primeira vista o lugar não parecia muito coisa, e sua localização era bem estranha (em Van Nuys, na Califórnia, ao lado de uma fábrica da Budweiser, sendo o cheiro podre do lúpulo um cartão postal das bandas). Ele era sujo e mal organizado, do tipo onde se apagava bitucas no chão e ninguém se importava em derramar uísque. Mas como disse, o estúdio era honesto, e sua maior batalha foi tentar permanecer no ramo da música, mesmo com toda sua autenticidade. Leia a crítica completa do filme AQUI.
Sound City: EUA/ 2013/ 108 min/ Direção: Dave Grohl/ Elenco: Vinny Appice, Joe Barresi, Brian Bell, Frank Black, James Brown, Lindsey Buckingham, Mike Campbell, Tim Commerford, Kevin Cronin, Rivers Cuomo, Warren Demartini, Mike Fleetwood, John Fogerty, Neil Giraldo, Christopher Allen Goss, Taylor Hawkins, Peter Hayes, Joshua Homme, Rami Jaffe, Alain Johannes, Barry Manilow, Paul McCartney, Steve Nicks, Rick Nielsen, Krist Novoselic, Tom Petty, Trent Reznor, Keith Olsen, Paula Salvatore, Ross Robsinson, Shivaun O'Brien, Tom Skeeter, Corey Taylor, Pat Smear, Lars Ulrich, Rick Springfield, Butch Vig, Lee Ving, Brad Wilk, Pat Wilson
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Para começar esta primeira análise é preciso dizer que, infelizmente, o lendário estúdio Sound City já fechou suas portas. Como um verdadeiro símbolo, ele tombou diante do imediatismo da música atual, que tornou tudo mais fácil, comercial e bem menos interessante. No documentário "Sound City", o músico e (pela primeira vez) diretor Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters), além de prestar uma sincera homenagem, também realiza uma espécie de tributo pessoal ao mítico local de pura criação.
O grande mérito (e maldição) do Sound City foi sua honestidade. A primeira vista o lugar não parecia muito coisa, e sua localização era bem estranha (em Van Nuys, na Califórnia, ao lado de uma fábrica da Budweiser, sendo o cheiro podre do lúpulo um cartão postal das bandas). Ele era sujo e mal organizado, do tipo onde se apagava bitucas no chão e ninguém se importava em derramar uísque. Mas como disse, o estúdio era honesto, e sua maior batalha foi tentar permanecer no ramo da música, mesmo com toda sua autenticidade. Leia a crítica completa do filme AQUI.
Sound City: EUA/ 2013/ 108 min/ Direção: Dave Grohl/ Elenco: Vinny Appice, Joe Barresi, Brian Bell, Frank Black, James Brown, Lindsey Buckingham, Mike Campbell, Tim Commerford, Kevin Cronin, Rivers Cuomo, Warren Demartini, Mike Fleetwood, John Fogerty, Neil Giraldo, Christopher Allen Goss, Taylor Hawkins, Peter Hayes, Joshua Homme, Rami Jaffe, Alain Johannes, Barry Manilow, Paul McCartney, Steve Nicks, Rick Nielsen, Krist Novoselic, Tom Petty, Trent Reznor, Keith Olsen, Paula Salvatore, Ross Robsinson, Shivaun O'Brien, Tom Skeeter, Corey Taylor, Pat Smear, Lars Ulrich, Rick Springfield, Butch Vig, Lee Ving, Brad Wilk, Pat Wilson
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Anvil: The Story of Anvil (2008)
O documentário corajoso do diretor Sacha Gervasi, juntamente com Steve 'Lips' Kudlow (vocal e guitarra Solo) e Robb Reiner (baterista) - membros originais da banda Anvil - é um atestado daquilo que existe de mais real e puro no Rock 'N' Roll.
Em 1984 o grupo estava no auge. Um show no Japão para milhares de pessoas foi um dos pontos máximos da carreira. No mesmo show tocaram Scorpions, Bon Jovi, Whitesnake... conjuntos que superariam o número de um milhão de cópias vendidas nos anos seguintes. Mas o Anvil era de longe a melhor das apresentações.
O problema foi que com o passar dos anos o quarteto caiu no esquecimento, e essa dura realidade, chamada anonimato, atingiu a cabeça dos caras como uma sentença. Leia a crítica completa do filme AQUI!
Anvil! The Story of Anvil: Canadá / 2008/ 80 min/ Direção: Sacha Gervasi/ Elenco: Tom Araya, Scott Ian, Robb Reinner, Steve 'Lips' Kudlow, Lemmy, Slash, Lars Ulrich, John Zazula
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O documentário corajoso do diretor Sacha Gervasi, juntamente com Steve 'Lips' Kudlow (vocal e guitarra Solo) e Robb Reiner (baterista) - membros originais da banda Anvil - é um atestado daquilo que existe de mais real e puro no Rock 'N' Roll.
Em 1984 o grupo estava no auge. Um show no Japão para milhares de pessoas foi um dos pontos máximos da carreira. No mesmo show tocaram Scorpions, Bon Jovi, Whitesnake... conjuntos que superariam o número de um milhão de cópias vendidas nos anos seguintes. Mas o Anvil era de longe a melhor das apresentações.
O problema foi que com o passar dos anos o quarteto caiu no esquecimento, e essa dura realidade, chamada anonimato, atingiu a cabeça dos caras como uma sentença. Leia a crítica completa do filme AQUI!
Anvil! The Story of Anvil: Canadá / 2008/ 80 min/ Direção: Sacha Gervasi/ Elenco: Tom Araya, Scott Ian, Robb Reinner, Steve 'Lips' Kudlow, Lemmy, Slash, Lars Ulrich, John Zazula
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Raul - O Início, o Fim e o Meio (2012)
Quando Raul Seixas nasceu, em 1945, não existia o Rock 'N' Roll. Muitos talvez nunca pensaram nessa estranha realidade, essa difícil concepção em que... o Rock... simplesmente não existe. Deveria ser algo enlouquecedor. Mas para salvar o baiano havia Luiz Gonzaga.
Muitos outros garotos esperavam naquela época, inconscientemente, um sinal para despertar - como espiões adormecidos que saberiam o exato momento de atacar. Lennon disse certa vez que, após ver um cinema lotado de garotas histéricas gritando para o Elvis da tela, decidiu então, naquele exato momento, que seria uma estrela do rock. E o mesmo aconteceu com Raul Seixas.
O som vindo da América foi algo que mudou o garoto para sempre. A voz marcante de Little Richard, a guitarra desafiadora de Chuck Berry, a atitude e personalidade do Rei... tudo isso moldou a base da carreira de um dos mais influentes músicos desse país, mesmo ele acreditando não ter nada a ver com a linha evolutiva da Música Popular Brasileira... Mas sim, ele teve a ver... pois Raulzito fazia arte, e não apenas Rock 'N' Roll. Ele compunha boleros, forrós, tangos em que dançava com a morte, valsas orquestradas e de letras profusas, que de tão inteligentes, talvez nunca recebam aquele "tal cuspe" merecido. Mais ou menos isso. Neste documentário temos finalmente um retrato consistente de quem foi o maior rockeiro de nosso país. Leia a crítica completa do filme AQUI!
Raul - O Início, o Fim e o Meio: Brasil/ 2012/ 128 min/ Direção: Walter Carvalho, Leonardo Gudel/ Elenco: Paulo Coelho, Luiz Carlos Maciel, Roberto Carlos Menescal, Marcelo Nova, Caetano Veloso, Tom Zé, Pedro Bial, Kika Seixas
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Botinada: A Origem do Punk no Brasil (2006)
Dirigido pelo Gastão Moreira, "Botinada: A Origem do Punk no Brasil" é com certeza um dos melhores documentários nacionais sobre nossa "música popular brasileira". O filme narra a ascensão do punk rock no país, que alcançou o ápice de sua glória entre os anos de 1976 a 1984. Reunindo então os porta-vozes deste movimento, podemos entender melhor como tudo aconteceu.
Acompanhado de um humor natural (devido a porra louquice de que se trata o tema), a fita é extremamente envolvente, muito bem detalhada e conduzida. Todos os elementos da fase inicial são destrinchados pelos entrevistados: a dificuldade de acesso ao som que vinha das gringas, a reivindicação da origem do movimento (SP x Brasília), os shows de fita, o Construção e o Templo, a galera do Carolina, as primeiras bandas, os primeiros discos, o show para a burguesada do Gallery, O Começo do Fim do Mundo, as tretas violentas entre as gangues "Warriors" de SP e ABC, o preconceito, a calúnia e difamação da mídia, e claro, os punks da época, dos quais já não se fazem mais.
O documentário faz questão de enfatizar a importância das pessoas que lutaram por tudo aquilo, como o Kid Vinil com seu influente programa de rádio na Excelsior em 1978 (entre muitas outras coisas que o cara fez), o empenho do Fabião (vocalista da Olho Seco) para gravar o primeiro álbum independente de punk do país, ou do Redson (vocalista do Cólera, que morreu prematuramente em 2011) para gravar o segundo. Além desses caras temos entrevistas com: Clemente (Inocentes), Ariel (Restos de Nada), João Gordo (Ratos de Porão), Marcelo Nova (Camisa de Vênus), Mau (Garotos Podres), Wander Wildner (Replicantes), Pádua (Passeatas), Frango (Fogo Cruzado), Morto (Psykóze), Mingau (Ratos...), Tikinho (Lixomania), Valson (AI-5), Zorro (M-19), Antonio Bivar (Jornalista), Pierre (Cólera), Miro (Lixomania), Muniz (Fogo Cruzado), Tikão (M-19), entre muitos outros.
"Botinada: A Origem do Punk no Brasil" é um filme de baixo orçamento feito com muita raça e determinação - e nada é mais punk que isso. Um documento importantíssimo (e talvez definitivo) sobre o punk nacional, que deve ser consumido com ódio e satisfação.
PS: PAU NO CÚ DA GLOBO!
Botinada: A Origem do Punk no Brasil: Brasil/ 2006/ 75 min/ Direção: Gastão Moreira/ Elenco: Fabião, Redson, Kid Vinil, Clemente, Ariel, João Gordo, Marcelo Nova, Mau, Wander Wildner, Pádua, Frango, Morto, Mingau, Tikinho, Valson, Zorro, Antonio Bivar, Pierre, Miro, Muniz, Tikão
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The Doors: When You're Strange (2010)
É realmente triste (e um pouco perturbador) entender como foi a desintegração psicológica e física de Jim Morrison. "The Doors: When You're Strange" foi um documentário feito para a famosa série de filmes para TV, "American Masters", e oferece um retrato investigativo da história do quarteto com imagens raras, exclusivas e uma narração generosa do astro de Hollywood Johnny Depp.
No entanto, o que fica do filme é a personalidade distorcida de Morrison. Criado por um pai militar, o cara se rebelou de maneira vertiginosa com sua música, e mesmo não tendo alcançado o sucesso que deveria na época (devido ao seu comportamento errático nos shows), hoje ele é canonizado como um dos maiores ícones do Rock 'N' Roll. Nada mais justo, afinal.
Temos então todos os fatos e lendas em torno dele, como sua perturbada declaração em que diz que gostaria de matar o próprio pai e fazer sexo com a mãe. Foram muitas ofensas, prisões, porres homéricos e agressões ao público. Após um tempo, devido ao excessivo uso de drogas e álcool, ele já não conseguia compor nada, nem mesmo ensaiar. Se tornou um elefante no quarto, inconsciente, que amarrava o sucesso da banda, os arrastando à deriva.
Como disse no início, é algo muito triste de fato, levando em consideração o poder de suas letras e a alta qualidade sonora dos músicos. Mas esse é um dos preços a se pagar por voar alto demais, e Morrison praticamente beijou o sol.
The Doors: When You're Strange: EUA/ 2010/ 86 min/ Direção: Tom DiCillo/ Elenco: Johnny Depp, John Dnsmore, Robby Krieger, Ray Manzarek, Jim Morrison, Jim Ladd, Adolf Hitler, Janis Joplin, John F. Kennedy, Martin Luther King, Richard Nixon, Elvis Presley, Ed Sullivan, Andy Warhol
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Quando Raul Seixas nasceu, em 1945, não existia o Rock 'N' Roll. Muitos talvez nunca pensaram nessa estranha realidade, essa difícil concepção em que... o Rock... simplesmente não existe. Deveria ser algo enlouquecedor. Mas para salvar o baiano havia Luiz Gonzaga.
Muitos outros garotos esperavam naquela época, inconscientemente, um sinal para despertar - como espiões adormecidos que saberiam o exato momento de atacar. Lennon disse certa vez que, após ver um cinema lotado de garotas histéricas gritando para o Elvis da tela, decidiu então, naquele exato momento, que seria uma estrela do rock. E o mesmo aconteceu com Raul Seixas.
O som vindo da América foi algo que mudou o garoto para sempre. A voz marcante de Little Richard, a guitarra desafiadora de Chuck Berry, a atitude e personalidade do Rei... tudo isso moldou a base da carreira de um dos mais influentes músicos desse país, mesmo ele acreditando não ter nada a ver com a linha evolutiva da Música Popular Brasileira... Mas sim, ele teve a ver... pois Raulzito fazia arte, e não apenas Rock 'N' Roll. Ele compunha boleros, forrós, tangos em que dançava com a morte, valsas orquestradas e de letras profusas, que de tão inteligentes, talvez nunca recebam aquele "tal cuspe" merecido. Mais ou menos isso. Neste documentário temos finalmente um retrato consistente de quem foi o maior rockeiro de nosso país. Leia a crítica completa do filme AQUI!
Raul - O Início, o Fim e o Meio: Brasil/ 2012/ 128 min/ Direção: Walter Carvalho, Leonardo Gudel/ Elenco: Paulo Coelho, Luiz Carlos Maciel, Roberto Carlos Menescal, Marcelo Nova, Caetano Veloso, Tom Zé, Pedro Bial, Kika Seixas
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Botinada: A Origem do Punk no Brasil (2006)
Dirigido pelo Gastão Moreira, "Botinada: A Origem do Punk no Brasil" é com certeza um dos melhores documentários nacionais sobre nossa "música popular brasileira". O filme narra a ascensão do punk rock no país, que alcançou o ápice de sua glória entre os anos de 1976 a 1984. Reunindo então os porta-vozes deste movimento, podemos entender melhor como tudo aconteceu.
Acompanhado de um humor natural (devido a porra louquice de que se trata o tema), a fita é extremamente envolvente, muito bem detalhada e conduzida. Todos os elementos da fase inicial são destrinchados pelos entrevistados: a dificuldade de acesso ao som que vinha das gringas, a reivindicação da origem do movimento (SP x Brasília), os shows de fita, o Construção e o Templo, a galera do Carolina, as primeiras bandas, os primeiros discos, o show para a burguesada do Gallery, O Começo do Fim do Mundo, as tretas violentas entre as gangues "Warriors" de SP e ABC, o preconceito, a calúnia e difamação da mídia, e claro, os punks da época, dos quais já não se fazem mais.
O documentário faz questão de enfatizar a importância das pessoas que lutaram por tudo aquilo, como o Kid Vinil com seu influente programa de rádio na Excelsior em 1978 (entre muitas outras coisas que o cara fez), o empenho do Fabião (vocalista da Olho Seco) para gravar o primeiro álbum independente de punk do país, ou do Redson (vocalista do Cólera, que morreu prematuramente em 2011) para gravar o segundo. Além desses caras temos entrevistas com: Clemente (Inocentes), Ariel (Restos de Nada), João Gordo (Ratos de Porão), Marcelo Nova (Camisa de Vênus), Mau (Garotos Podres), Wander Wildner (Replicantes), Pádua (Passeatas), Frango (Fogo Cruzado), Morto (Psykóze), Mingau (Ratos...), Tikinho (Lixomania), Valson (AI-5), Zorro (M-19), Antonio Bivar (Jornalista), Pierre (Cólera), Miro (Lixomania), Muniz (Fogo Cruzado), Tikão (M-19), entre muitos outros.
"Botinada: A Origem do Punk no Brasil" é um filme de baixo orçamento feito com muita raça e determinação - e nada é mais punk que isso. Um documento importantíssimo (e talvez definitivo) sobre o punk nacional, que deve ser consumido com ódio e satisfação.
PS: PAU NO CÚ DA GLOBO!
Botinada: A Origem do Punk no Brasil: Brasil/ 2006/ 75 min/ Direção: Gastão Moreira/ Elenco: Fabião, Redson, Kid Vinil, Clemente, Ariel, João Gordo, Marcelo Nova, Mau, Wander Wildner, Pádua, Frango, Morto, Mingau, Tikinho, Valson, Zorro, Antonio Bivar, Pierre, Miro, Muniz, Tikão
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The Doors: When You're Strange (2010)
É realmente triste (e um pouco perturbador) entender como foi a desintegração psicológica e física de Jim Morrison. "The Doors: When You're Strange" foi um documentário feito para a famosa série de filmes para TV, "American Masters", e oferece um retrato investigativo da história do quarteto com imagens raras, exclusivas e uma narração generosa do astro de Hollywood Johnny Depp.
No entanto, o que fica do filme é a personalidade distorcida de Morrison. Criado por um pai militar, o cara se rebelou de maneira vertiginosa com sua música, e mesmo não tendo alcançado o sucesso que deveria na época (devido ao seu comportamento errático nos shows), hoje ele é canonizado como um dos maiores ícones do Rock 'N' Roll. Nada mais justo, afinal.
Temos então todos os fatos e lendas em torno dele, como sua perturbada declaração em que diz que gostaria de matar o próprio pai e fazer sexo com a mãe. Foram muitas ofensas, prisões, porres homéricos e agressões ao público. Após um tempo, devido ao excessivo uso de drogas e álcool, ele já não conseguia compor nada, nem mesmo ensaiar. Se tornou um elefante no quarto, inconsciente, que amarrava o sucesso da banda, os arrastando à deriva.
Como disse no início, é algo muito triste de fato, levando em consideração o poder de suas letras e a alta qualidade sonora dos músicos. Mas esse é um dos preços a se pagar por voar alto demais, e Morrison praticamente beijou o sol.
The Doors: When You're Strange: EUA/ 2010/ 86 min/ Direção: Tom DiCillo/ Elenco: Johnny Depp, John Dnsmore, Robby Krieger, Ray Manzarek, Jim Morrison, Jim Ladd, Adolf Hitler, Janis Joplin, John F. Kennedy, Martin Luther King, Richard Nixon, Elvis Presley, Ed Sullivan, Andy Warhol
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Imagine: John Lennon (1988)
Os Beatles foram, inegavelmente, uma força que influenciou não só a musica mundial, como também seu comportamento em geral. Mesmo com diversos documentários sobre o Fab-Four a disposição, o mais interessante de "Imagine" é que ouvimos as versões dos fatos diretamente da boca de John Lennon (por meio de infindáveis entrevistas), além de outras pessoas importantes, como seus filhos Julian Lennon e Sean Lennon, da ex-esposa Cynthia Powell, também Yoko Ono Lennon, e por aí vai.
O filme alicerça de maneira elaborada todo a trajetória que fez do cantor um ícone do rock, com suas qualidades e perturbações. Podemos entender melhor a complicada relação dele com a mãe, os shows e bebedeiras em Hamburgo, o sucesso assustador quando jovem, as declarações polêmicas, as crucificações, o fim do sonho, os Bed-Ins, os vícios, enfim, o filme demonstra através dos erros e acertos de Lennon que o mesmo era um ser humano comum, dono de uma naturalidade que já não existe mais no universo do showbiz. Acima de tudo, o cara não tinha medo de errar, ou pelo menos tinha muito menos medo do que a maioria de nós.
Como pano de fundo podemos ver também a produção do álbum "Imagine", um dos mais emblemáticos de sua carreira. Vê-lo cantarolar a canção que dá nome ao disco para seus amigos pela primeira vez é algo de valor inestimável. Em certo momento da fita, John recebe em sua casa um sujeito visivelmente perturbado, que rondava a enorme mansão que lhe servia de estúdio na ocasião, querendo conversar com ídolo para confirmar "que tudo se encaixava". O ex-Beatle se comovia com essas atitudes, se sentia responsável por estas pessoas. No final, este foi apenas um indício de quão assustadora poderia se tornar a idolatria em torno de sua pessoa.
Imagine: John Lennon: EUA/ 1988/ 100 min/ Direção: Andrew Solt/ Elenco: John Lennon, Yoko Ono, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, david Bowie, Phil Spector, Cynthia Lennon, Julian Lennon, Sean Lennon, Dick Cavett, Salvador Dalí, Brian Epstein, Mal Evans, Elton John, George Martin, Klaus Voormann, Andy Warhol
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Os Beatles foram, inegavelmente, uma força que influenciou não só a musica mundial, como também seu comportamento em geral. Mesmo com diversos documentários sobre o Fab-Four a disposição, o mais interessante de "Imagine" é que ouvimos as versões dos fatos diretamente da boca de John Lennon (por meio de infindáveis entrevistas), além de outras pessoas importantes, como seus filhos Julian Lennon e Sean Lennon, da ex-esposa Cynthia Powell, também Yoko Ono Lennon, e por aí vai.
O filme alicerça de maneira elaborada todo a trajetória que fez do cantor um ícone do rock, com suas qualidades e perturbações. Podemos entender melhor a complicada relação dele com a mãe, os shows e bebedeiras em Hamburgo, o sucesso assustador quando jovem, as declarações polêmicas, as crucificações, o fim do sonho, os Bed-Ins, os vícios, enfim, o filme demonstra através dos erros e acertos de Lennon que o mesmo era um ser humano comum, dono de uma naturalidade que já não existe mais no universo do showbiz. Acima de tudo, o cara não tinha medo de errar, ou pelo menos tinha muito menos medo do que a maioria de nós.
Como pano de fundo podemos ver também a produção do álbum "Imagine", um dos mais emblemáticos de sua carreira. Vê-lo cantarolar a canção que dá nome ao disco para seus amigos pela primeira vez é algo de valor inestimável. Em certo momento da fita, John recebe em sua casa um sujeito visivelmente perturbado, que rondava a enorme mansão que lhe servia de estúdio na ocasião, querendo conversar com ídolo para confirmar "que tudo se encaixava". O ex-Beatle se comovia com essas atitudes, se sentia responsável por estas pessoas. No final, este foi apenas um indício de quão assustadora poderia se tornar a idolatria em torno de sua pessoa.
Imagine: John Lennon: EUA/ 1988/ 100 min/ Direção: Andrew Solt/ Elenco: John Lennon, Yoko Ono, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, david Bowie, Phil Spector, Cynthia Lennon, Julian Lennon, Sean Lennon, Dick Cavett, Salvador Dalí, Brian Epstein, Mal Evans, Elton John, George Martin, Klaus Voormann, Andy Warhol
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A Todo Volume (2008)
A principal motivação que levou o diretor Davis Guggenheim a realizar o documentário "A Todo Volume" foi prestar uma homenagem ao mais simbólico instrumento do Rock 'N' Roll: a guitarra. E para compreender melhor este objeto mágico, ele convidou três guitarristas extremamente distintos para contarem e discutirem suas histórias, influências, crenças e filosofias.
Os caras escolhidos foram Jack White - conhecido principalmente pelo seu trabalho no The White Stripes, este é praticamente um artista conceitual do rock, que sente um prazer incomensurável em se manter natural, enraizado nas origens do blues, tirando som até mesmo de um pedaço de pau com uma corda amarrada nele -, The Edge - o espirito criativo do U2, um arquiteto sonoro fundamentalmente adepto de novas tecnologias, como pedaleiras, sintetizadores e tudo que possa acrescentar algo diferente ao seu estilo e sonoridade -, e o lendário Jimmy Page - conhecido por seu papel de protagonista no Led Zeppelin, o cara se encaixa entre o rústico e o novo, um compositor experiente, mestre em seu ofício e dono de riffs fodásticos.
O filme traça então, de maneira instigante, todo o background dos guitarristas: o passado conturbado da Dublin em guerra de The Edge, a prolífera carreira como músico de estúdio de Page - que não supria suas necessidades por Rock 'N' Roll -, e a personalidade diferenciada de Jack White, um cara jovem que merecia ter nascido nos anos 30.
Com uma direção atenciosa, e oferecendo uma bela fotografia, o diretor Guggnheim produz um eficiente documento que edifica o poder da guitarra. A edição sagaz mistura algumas sequências lúdicas (quase todas de Jack White), e utiliza animações inteligentes para exemplificar situações, o que torna tudo ainda mais cool. É maneiro demais ver os caras conversando e tocando juntos.
A Todo Volume/ It Might Get Loud: EUA/ 2008/ 98 min/ Direção: Davis Guggenheim/ Elenco: Jimmy Page, The Edge, Jack White, Link Wray, Bono, Michael McKean, Robert Plant, Meg White
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Foo Fighters: Back and Forth (2011)
É muito interessante entender melhor como foi o fim do Nirvana para Dave Grohl. Talvez este seja o mais importante elemento de "Foo Fighters: Back and Forth", pois o músico detalha minuciosamente todos os seus passos após os suicídio de Kurt Cobain. Grohl teve que se reinventar, e certo dia gravou uma fita cassete na garagem de sua casa, e estas músicas foram basicamente o primeiro álbum do Foo Fighters. Ele recusou se estabelecer como baterista do lendário Tom Petty, para assim iniciar sua banda do nada, tocando em espeluncas, por muito pouca grana e pouco reconhecimento.
Mas o batera que se tornou vocalista se saiu bem, e o Foo Fighters se tornou um grande sucesso. Os caras fizeram turnês colossais, mas um problema sempre os acompanhou: o entra e sai de integrantes. Primeiro foi o batera original que saiu, e Taylor Hawkins o substituiu. Depois vieram uns quatro guitarristas, que, ou eram dispensados por não se entrosarem, ou abandonavam o barco sem motivo aparente - Pat Smear, ex-The Germs, decidiu sair fora no auge do sucesso, por exemplo.
Bem, resumindo, eu não sou tão fã assim de Foo Fighters, mas respeito o seu trabalho e reconheço o enorme valor de Dave Grohl para a história da música. O documentário é muito bem produzido e se torna relevante até para quem não conhece muito a banda.
Foo Fighters: Back and Forth: EUA/ 2011/ 150 min/ Direção: James Moll/ Elenco: Shawn Cloninger, William Goldsmith, DavidGrohl, Taylor Hawkins, Rami Jaffee, Krist Novoselic, Pat Smear, Butch Vig
A principal motivação que levou o diretor Davis Guggenheim a realizar o documentário "A Todo Volume" foi prestar uma homenagem ao mais simbólico instrumento do Rock 'N' Roll: a guitarra. E para compreender melhor este objeto mágico, ele convidou três guitarristas extremamente distintos para contarem e discutirem suas histórias, influências, crenças e filosofias.
Os caras escolhidos foram Jack White - conhecido principalmente pelo seu trabalho no The White Stripes, este é praticamente um artista conceitual do rock, que sente um prazer incomensurável em se manter natural, enraizado nas origens do blues, tirando som até mesmo de um pedaço de pau com uma corda amarrada nele -, The Edge - o espirito criativo do U2, um arquiteto sonoro fundamentalmente adepto de novas tecnologias, como pedaleiras, sintetizadores e tudo que possa acrescentar algo diferente ao seu estilo e sonoridade -, e o lendário Jimmy Page - conhecido por seu papel de protagonista no Led Zeppelin, o cara se encaixa entre o rústico e o novo, um compositor experiente, mestre em seu ofício e dono de riffs fodásticos.
O filme traça então, de maneira instigante, todo o background dos guitarristas: o passado conturbado da Dublin em guerra de The Edge, a prolífera carreira como músico de estúdio de Page - que não supria suas necessidades por Rock 'N' Roll -, e a personalidade diferenciada de Jack White, um cara jovem que merecia ter nascido nos anos 30.
Com uma direção atenciosa, e oferecendo uma bela fotografia, o diretor Guggnheim produz um eficiente documento que edifica o poder da guitarra. A edição sagaz mistura algumas sequências lúdicas (quase todas de Jack White), e utiliza animações inteligentes para exemplificar situações, o que torna tudo ainda mais cool. É maneiro demais ver os caras conversando e tocando juntos.
A Todo Volume/ It Might Get Loud: EUA/ 2008/ 98 min/ Direção: Davis Guggenheim/ Elenco: Jimmy Page, The Edge, Jack White, Link Wray, Bono, Michael McKean, Robert Plant, Meg White
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Foo Fighters: Back and Forth (2011)
É muito interessante entender melhor como foi o fim do Nirvana para Dave Grohl. Talvez este seja o mais importante elemento de "Foo Fighters: Back and Forth", pois o músico detalha minuciosamente todos os seus passos após os suicídio de Kurt Cobain. Grohl teve que se reinventar, e certo dia gravou uma fita cassete na garagem de sua casa, e estas músicas foram basicamente o primeiro álbum do Foo Fighters. Ele recusou se estabelecer como baterista do lendário Tom Petty, para assim iniciar sua banda do nada, tocando em espeluncas, por muito pouca grana e pouco reconhecimento.
Mas o batera que se tornou vocalista se saiu bem, e o Foo Fighters se tornou um grande sucesso. Os caras fizeram turnês colossais, mas um problema sempre os acompanhou: o entra e sai de integrantes. Primeiro foi o batera original que saiu, e Taylor Hawkins o substituiu. Depois vieram uns quatro guitarristas, que, ou eram dispensados por não se entrosarem, ou abandonavam o barco sem motivo aparente - Pat Smear, ex-The Germs, decidiu sair fora no auge do sucesso, por exemplo.
Bem, resumindo, eu não sou tão fã assim de Foo Fighters, mas respeito o seu trabalho e reconheço o enorme valor de Dave Grohl para a história da música. O documentário é muito bem produzido e se torna relevante até para quem não conhece muito a banda.
Foo Fighters: Back and Forth: EUA/ 2011/ 150 min/ Direção: James Moll/ Elenco: Shawn Cloninger, William Goldsmith, DavidGrohl, Taylor Hawkins, Rami Jaffee, Krist Novoselic, Pat Smear, Butch Vig