MIB³ - Homens de Preto 3 (Men in Black 3)

Para falar de "MIB³ - Homens de Preto 3", é preciso analisar a história da franquia dirigida por Barry Sonnenfeld. 

Tudo começou em 1997 com "MIB - Homens de Preto", um excelente primeiro trabalho que, além de ter sido sucesso de crítica e público, ajudou a alavancar ainda mais a carreira de Will Smith como ator, cantor, marido da Jada Pinkett e tudo mais. Adaptando com propriedade a série de histórias em quadrinhos do autor Lowell Cunningham, este início foi sem dúvida... mas sem dúvida nenhuma MESMO... o melhor capítulo da trilogia. Certo!? Ok.

Em seguida veio "MIIB - Homens de Preto II", e a única coisa que possa dizer dessa sequência é: ZzZzZzZzzzZz... É sério, "MIB 2" e "Godzilla" são marcos na minha vida de cinéfilo, pois foram os únicos filmes em que dormi no cinema. Isso ficou registrado na minha memória de maneira destacada - quando não estou com sono, aperto o play do "MIB 2" e durmo tranquilo. 

Brincadeira, eu posteriormente assisti - é claro - a fita completa, mas minha mente entrou em um estado semi-vegetativo, e por isso não me recordo perfeitamente da trama. Lembro que é sobre o roubo de uma galáxia, que está no pescoço de um gato... mas não me lembro do vilão, ou nenhum outro detalhe relevante - acho que porque não existem outros detalhes relevantes, né!?

Chegamos então em  "MIB³ - Homens de Preto 3", cuja a história é: J precisa voltar para o passado e impedir que K seja morto, salvando consequentemente o mundo no futuro... que para ele é o presente. 

Veja bem, este último não é ruim como o antecessor, muito pelo contrário, ele gera excelentes momentos quando se trata de ação e efeitos especiais - que estão incríveis. O vilão "Boris - O Animal" (Jemaine Clement) é um personagem a ser lembrado (assim como o malfeitor baratão do primeiro) e a incorporação de Josh Brolin como o Agente K (simulando Tommy Lee Jones jovem) ficou idêntica, um ótimo trabalho de fato.



No entanto, a obra se esforça bastante para tentar agradar, mas simplesmente não se encontra na questão fundamental de seu conceito: o humor. "MIB 3" não é engraçado. O melhor momento da fita (de risadas mesmo) fica nas mãos de um coadjuvante que empresta a máquina do tempo para o Agente J. Este foi o único trecho em que lembro ter rido de verdade, e não por solidariedade entende? Will Smith é um famoso bom ator - mais famoso do que bom... mas sim, ele é bom -, porém aqui não segura a moral do longa como no primeiro. Fica no "My Man", caras, bocas e só. Nada de diferente, tudo no automático.

E pensando nisso, creio que a principal razão da franquia de Sonnenfeld nunca mais ter funcionado direito depois de sua estreia é a seguinte: no primeiro tudo é novo, tudo é aprendizado, e histórias de aprendizado são legais demais. Você pode ver o primeiro "Aranha" de Sam Raimi, "Menina de Ouro", ou "Tropa de Elite", entre muitos outros. Todos os filmes que fazem um zé ninguém se tornar um cara fodão são muito legais, e isso "MIB 1" faz com perfeição, além de claro ter apresentado efeitos geniais para época, direção precisa... E humor de qualidade. 



Nesta terceira parte, só restou o "layout" atencioso de Sonnenfeld. Ele conduz momentos realmente deslumbrantes - como o salto no tempo, a fuga inicial, o tiroteio no restaurante -, mas fazer rir ele não faz. Todo o lance de voltar ao passado foi bem intencionado, o personagem de Mike Stuhlbarg (o esquisito Griffin) é interessante e gera alguns bons momentos, e a referência a Andy Warhol também é inteligente - Bill Hader ficou idêntico ao importante artista que "filma homens comendo hamburgers". Mas isso não foi o suficiente. 

No final, vale a pena ver o longa? Sinceramente: talvez. Vai depender muito da relação que você tem com a franquia, como você a vê. Como disse, "M.I.B. 3" possui uma direção extremamente detalhista, produção impecável (figurino e cenários de época), efeitos especiais impressionantes e por aí vai. Mas todas essas qualidades caem por terra quando o roteiro acaba não sendo forte o bastante para segurar o clima de comédia, coisa necessariamente básica - ironicamente, o desfecho é algo dramático e que funciona bem, na medida do possível. 

Resumindo: o humor do texto deveria ser uma cola que une as qualidades "secundárias" da fita, mas neste critério ele definitivamente não convence. Como diria o poeta: meia-boca.  























MIB³ - Homens de Preto 3/ Men in Black 3: EUA, Emirados Árabes/ 2012/ 106 min/ Direção: Barry Sonnenfeld/ Elenco: Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Jemaine Clement, Emma Thompson, Michael Stuhlbarg, Bill Hader

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