Os Homens que Encaravam Cabras é estranho por natureza. Desde seu título, até sua história – que logo no início já nos avisa conter mais verdades do que possamos imaginar. O mote central da produção é satirizar os exageros já conhecidos do exército americano, e faz isso com um humor nonsense implacável.
Tudo começa com Bob Wilton, um jornalista que se encontra desiludido após ter sido abandonado por sua amada. Procurando algo de valor para sua vida e carreira, até então ordinária, o jovem decide partir para o Oriente Médio, e cobrir os conflitos que eclodiam por lá. É então que ele conhece Lyn Cassady, sujeito muito estranho do qual já havia ouvido falar. Ele supostamente era um dos membros mais destacáveis de um antigo treinamento secreto do governo americano, chamado Exército da Nova Terra, que condicionava seus homens a serem espiões psíquicos, que podiam, com suas mentes, parar o coração de alguns animais apenas encarando os pobres coitados, como as cabras do título.
O jornalista, seguindo algumas provas "irrefutáveis", resolve acompanhar o indivíduo Cassady pelo deserto numa jornada para sabe-se lá onde, em que acaba se envolvendo em sérios problemas. Wilton se torna uma peça fundamental para o grupo de desmiolados do Exército da Nova Terra, que lutam agora para restabelecer a origem de sua filosofia: a paz (pois matar os pobres animais era errado, muito errado.)
O filme foi dirigido pelo cineasta Grant Heslov, que além de sócio da produtora Smoke House (juntamente com George Clooney), tem também em seu currículo diversos papéis como ator coadjuvante. Além de oferecer a trilha sonora ideal, Heslov encontrou uma linguagem interessante para contextualizar sua obra. Com um roteiro que não se leva a sério, a trama se segura no humor da absurda loucura americana por guerras mal explicadas e, principalmente, mal conduzidas, que podem gerar coisas inexplicáveis como homens que encaram cabras e as matam.
Outro razão da força do longa é seu elenco de primeira, que conta com grandes nomes. Começando por Jeff Bridges, que interpreta o fundador do exército Bill Django, soldado hippie que lidera os guerreiros Jedi ex-matadores de cabras. Ewan McGregor (Jedi Obi-Wan de carteira assinada) interpreta o molenga Bob Wilton. Usando de sua cara de bom moço e um humor de qualidade, o ator escocês segura as pontas como um dos protagonistas. Como vilão do filme temos Kevin Spacey na pele do inteligente, mas pouco liberal, Larry Hooper. Fazendo de tudo para atrapalhar os planos utópicos do Exercito da Nova Terra, ele usa de artifícios cruéis e hilários.
Mas com certeza o destaque é George Clooney como o skywalker Lyn Cassady. Toda a seriedade (e também visual) do ator traz um ar pitoresco para seu personagem. Ele definitivamente trabalha muito bem o humor pastelão. Entre os coadjuvantes temos o sempre maldito Robert Patrick (eterno T-1000) e Stephen Lang, vilão do sucesso de bilheterias Avatar.
Em resumo, Os Homens que Encaravam Cabras traz um humor diferenciado, que nos conta como o exército americano não consegue aproveitar boas ideias, por mais absurdas que elas possam parecer. Sem muitas pretensões, o filme explora temas como a guerra do Iraque de forma menos contundente do que esperava, mas diverte com sua história maluca. Como um todo, talvez a produção não fique na lembrança de muitos, mas cenas onde homens atravessam paredes ao som de "More Than A Feeling", do Boston, com certeza entrará na mente dos Jedis que existem por aí.
Em resumo, Os Homens que Encaravam Cabras traz um humor diferenciado, que nos conta como o exército americano não consegue aproveitar boas ideias, por mais absurdas que elas possam parecer. Sem muitas pretensões, o filme explora temas como a guerra do Iraque de forma menos contundente do que esperava, mas diverte com sua história maluca. Como um todo, talvez a produção não fique na lembrança de muitos, mas cenas onde homens atravessam paredes ao som de "More Than A Feeling", do Boston, com certeza entrará na mente dos Jedis que existem por aí.