Veja bem, os filmes de vampiros dos dias de hoje estão estigmatizados, subjugados, e são merecedores de um olhar desconfiadamente severo e fulminante, principalmente daqueles que sempre gostaram do tema (que jogavam "Vampiro a Máscara", por exemplo). O discurso de repúdio mais conhecido é: "estamos rodeados por bombas que se dizem representantes vampíricas verdadeiras, que vendem tristemente bem e arrebatam cada vez mais fãs".
Explanadas as polêmicas, e deixando elas de lado, a promessa implícita de "A Hora do Espanto" era exatamente fugir deste estereótipo atual, oferecendo uma boa história de sangue sugas, fazendo ao mesmo tempo uma referência histórica a um dos clássicos do gênero (o "Fright Night" original ainda hoje consegue entreter).
A escolha de Colin Farrell como protagonista talvez tenha sido o maior chamariz da obra, mas sua interpretação do vampiro Jerry não sai do automático, e seu jeito canastrão, com excessivas caras e bocas, não convence no final.
No entanto, o filme tenta agradar, e até consegue isso em poucos momentos. Mas seu problema é simples e salta aos olhos: ele é um festival grandioso de clichês. É claro que pode parecer difícil escapar da mesmice em fitas como essa, mas a forma com que tudo decorre é simplesmente preguiçosa. Não existe nenhum tipo de expectativa ou tensão para a audiência, eles nem ao menos tentam fugir daquele esquema tradicional: "primeiro o moleque parece louco, depois todos veem a verdade, surge um cara que sabe tudo de monstros... e a namorada do moleque é sequestrada". Fim.
No entanto, o filme tenta agradar, e até consegue isso em poucos momentos. Mas seu problema é simples e salta aos olhos: ele é um festival grandioso de clichês. É claro que pode parecer difícil escapar da mesmice em fitas como essa, mas a forma com que tudo decorre é simplesmente preguiçosa. Não existe nenhum tipo de expectativa ou tensão para a audiência, eles nem ao menos tentam fugir daquele esquema tradicional: "primeiro o moleque parece louco, depois todos veem a verdade, surge um cara que sabe tudo de monstros... e a namorada do moleque é sequestrada". Fim.
Resumindo, o roteiro é extremamente pobre. A direção de Craig Gillespie começa bem, acendendo expectativas positivas, mas que se apagam na hora em que o texto começa a empurrar tudo com a barriga de forma banal e superficial. Podemos perceber também uma produção atenciosa, efeitos especiais interessantes, que resultam até em uma singela homenagem ao filme de 1985, mas só vai até aí.
"A Hora do Espanto" é raso e pouco relevante, e sendo assim, os atores nada podem fazer para ajudar. Um autêntico enlatado para viagem. Aparentemente os verdadeiros vampiros vão continuar enterrados a sete palmos, e quando acordarem estarão loucos da vida!
A Hora do Espanto/ Fright Night: EUA/ 2011/ 106 min/ Direção: Craig Gillespie/ Elenco: Anton Yelchin, Colin Farell, Toni Collette, David Tennant, Imogen Poots, Chistopher Mintz-Plasse, Reid Ewing