Depois do sofrível "O Fim da Escuridão" (parecia mais o começo né?) e o altamente vergonhoso "Um Novo Despertar" (conhecido lá fora como "The Beaver", e sim... assisti a pérola), Mel Gibson volta no melhor estilo "Máquina Mortífera" em "Plano De Fuga", só que diferente de Martin Riggs, seu personagem sem nome aqui é um bandido articulado e eficiente, algo mais próximo do noir frio e calculista "O Troco", só que mais bem humorado e definitivamente nada frio.
O filme foi escrito e produzido pelo ator, sendo dirigido por Adrian Grunberg, um iniciante na função que trabalhou como assistente de direção no contundente "Apocalypto" - gravado em Veracruz, locação também utilizada para este "Plano de Fuga".
Na trama vemos um bandido que foi capturado na fronteira dos Estados Unidos com o México, mas especificamente do lado latino. Vítima da inescrupulosa e corrupta policia local, o cara é jogado em um presídio incrivelmente horrível e surreal. Sinceramente, é difícil acreditar que a realidade prisional mexicana passe perto do que foi apresentado, mas como eu realmente não tenho ideia de como seja uma prisão de lá, fica por isso mesmo - a violência é crível, tendo como comparação a bestialidade dos detentos brasileiros -, o mais estranho no entanto é a presença de crianças e mulheres, todos no mesmo lugar, que funciona como uma vila. Neste antro de decadência, o bandido americano começa a dançar um novo ritmo (falando em ritmo, a trilha dos ambientes é quase sempre tão insuportável como a existência dos mesmos), aprendendo então as regras do local, para assim conseguir se safar no final.
A roteirizarão é interessante e funcional. Fugindo bastante do convencional, o texto revive um pouco o "feeling" noventista dos filmes policiais consagrados por Gibson, mas tudo isso de forma ousada, politicamente incorreta, com crianças fumando, com um lado negativo do México exposto de forma crua e exagerada, violenta, desumana, ou seja, inusitada e ligeiramente instigante. Mel Gibson, após todas suas polêmicas, parece querer pagar seus pecados nesta terra quente e insalubre, mostrando que o fôlego para correr, brigar e atirar em latinos ainda está lá, assim como sua vontade de fazer um bom filme, entregar uma boa atuação.
No final, vale a pena ver "Plano de Fuga”. Não é uma obra prima, é estereotipado, o final é previsível, mas todo o resto é sim prazeroso de se assistir. Um filme de ação despretensioso, bem costurado, filmado com destreza e interpretado com certa determinação. O choque de ver uma fita basicamente latina, em toda sua essência, com um gringo como Gibson no papel principal, é, obviamente, deveras atrativo. Afinal é o Mel Gibson, um dos caras mais malucos do cinema.
Algumas curiosidades: estava certo que o filme iria se chamar "How I Spent My Summer Vacation", mas acabou mudando para o título (bem mais enfático e maneiro) "Get The Gringo". Devido a popularidade negativa de Gibson o filme nem passou perto dos cinemas e foi lançado direto em DVD e Blu-Ray Disc.
No final, vale a pena ver "Plano de Fuga”. Não é uma obra prima, é estereotipado, o final é previsível, mas todo o resto é sim prazeroso de se assistir. Um filme de ação despretensioso, bem costurado, filmado com destreza e interpretado com certa determinação. O choque de ver uma fita basicamente latina, em toda sua essência, com um gringo como Gibson no papel principal, é, obviamente, deveras atrativo. Afinal é o Mel Gibson, um dos caras mais malucos do cinema.
Algumas curiosidades: estava certo que o filme iria se chamar "How I Spent My Summer Vacation", mas acabou mudando para o título (bem mais enfático e maneiro) "Get The Gringo". Devido a popularidade negativa de Gibson o filme nem passou perto dos cinemas e foi lançado direto em DVD e Blu-Ray Disc.
Plano de Fuga/ Get The Gringo: EUA/ 2012/ 95 min/ Direção: Adrian Grunberg/ Elenco: Mel Gibson, Peter Stormare, Dean Norris, Stephanie Lemelin, Kevin Hernandez, Sofía Sisniega, Bob Gunton