The Raid: Redemption (Operação Invasão)

Vire e mexe surge um título de pancadaria lá pelos lados do oriente que todos dizem ser o máximo do gênero. E foi isso que aconteceu com o recente longa indonésio "The Raid: Redemption" (ou "Operação Invasão", no Brasil). Não me entendam mal, o filme tem sim seu valor, mas acho que o barulho foi alto demais para uma obra que ano que vem pode ser superada por uns caras mais malucos ainda e que se utilizam da mesma fórmula infalível: pouca conversa e muita porrada.

E de porrada o diretor Gareth Evans entende. Sua direção é extremamente competente na hora de conduzir a câmera junto aos lutadores em espaços confinados. Uma edição esforçada também auxilia no dinamismo das cenas e trucagens feitas "na raça" dão aquele toque especial para a produção. O time de lutadores é excepcional, creio que alguns devem ter morrido para que o filme ficasse tão realista (brincadeira). A verdade é que neste longa não existe muito daquela história de luta coreografada, pois, a sequência deve ser seguida, mas as pancadas são bem reais.

Outro fator relevante é a violência "gore", que realmente conquista os mais sádicos. Oferecendo um realismo cruel, temos mortes e mais mortes sem aquela censura que parece impregnar os filmes de hoje, ela é gratuita e belíssima. Quando as balas acabam entram as armas brancas, e aí as coisas ficam mais interessantes. Arrisco dizer que "The Raid..." tem algumas das mais explicitas cenas contendo facadas em rostos, pescoços, peitos e pernas. Um festival de sanguinolência ao melhor estilo prisional, entende?! 

No entanto, o grande problema de "The Raid..." é seu roteiro fraquíssimo, sendo a trama rasa apenas uma desculpa para a ação. Nela, um grupo de 20 soldados de elite invade o QG do maior bandido de Jacarta, afim de desbaratinar toda sua quadrilha. A operação policial é alicerçada por algumas razões escusas e o mocinho tem uma motivação extra para entrar na batalha. E só! 

Outro ponto negativo é o grupo de atores, que são lutadores apenas. Iko Uwais, estrela máxima da fita (e que faz sucesso em produções do mesmo calibre), tem a profundidade de uma iguana. A atuação em geral vai pelo estilo clássico asiático, caricato e exagerado, um formato que funciona muito bem quando utilizado por bons profissionais. Daí o outro fala: "Porra, quem liga pra isso? Roteiro? Atuação? O filme é 'mor' legal, cheio de pancadaria, tiro pra todo lado, é sensacional", daí eu falo: "Parabéns, você irá gostar muito mesmo do filme se não liga para o básico do cinema."

Juro que esperava mais desse filme. Me diverti vendo ele? Sim, em alguns poucos momentos. Apesar dos defeitos temos umas quatro ou cinco cenas interessantes. É um bom trabalho? Não, é irregular, simplesmente. Pouco tempo atrás - em 2007 para ser mais exato - surgiu um longa com a mesma proposta de porradaria extrema, o chinês "Flashpoint", com os caras praticamente se matando e por aí vai. Este, por exemplo, é mais filme que o "The Raid..." (veja uma cena de "Flashpoint" clicando aqui).

PS: Creio que o diretor Evans se inspirou fortemente em nosso "Tropa de Elite", que tem porrada, violência, mas tem um excepcional roteiro e não deixa nada no vazio. 























The Raid: Redemption/ Serbuan Maut/ Operação Invasão: Indonésia, EUA/ 2011/ 101 min/ Direção: Gareth Evans/ Elenco: Iko Uwais, Joe Taslim, Donny Alamsyah, Verdi Solaiman

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