O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida (The Lorax)

Baseado na obra de Theodor Seuss Geisel - famoso escritor e cartunista americano conhecido mundialmente como Dr. Seuss -, o filme "O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida" é uma colorida e pulsante animação dos diretores Chris Renaud - que também conduziu "Meu Malvado Favorito" - e Kyle Balda - que possui um extenso currículo na área de animação ("Monstros S.A.", "Toy Story 2", "Vida de Inseto", entre outros). Já o roteirista Ken Dario possui experiência quando o assunto é Seuss, tendo adaptado uma de suas obras para o cinema, o interessante "Horton e o Mundo dos Quem!". Mas apesar do competente trio no comando, o longa apresenta algo fora do eixo. O resultado não chega a ser negativo, mas deixa aquela sensação que tudo poderia ser mais bem aproveitado.

A famosa história, cheia de lições morais sobre a preservação da natureza (todas muito bem aproveitáveis), ensina que a ganância de um individuo em particular - o desacreditado The Once-ler - acabou devastando a floresta do mítico universo de Seuss. Esta floresta era protegida pelo bigodudo Lorax, um porta voz mágico e de muita personalidade. Sem as árvores, os habitantes da artificial cidade Thneedville precisam pagar caro para respirar ar puro, o que deixa o nanico Mr. O'Hare contentíssimo, pois ele deu um jeito de vender o ar (não me pergunte como) e assim fazer fortuna. É então que o herói da vez surge na figura do jovem Ted, que motivado por algo realmente plausível (ele quer impressionar a bela ruivinha Audrey), parte atrás de pistas sobre as esquecidas árvores e, consequentemente, sua última semente: a trúfula perdida. Mas é claro que, ao desafiar uma megacoorporação como a O'Hare, problemas virão rapidamente.

No quesito técnico "O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida" encanta. Com muitas cores, criaturas estranhas e bem moldadas, o visual se torna o ponto mais forte da obra. No entanto, buscando tornar tudo bem acessível - isso em apenas 86 minutos -, o andamento acaba sendo esquemático. Após as devidas apresentações e explanações, sempre vem uma montagem musical mastigando as informações para o público. Todas elas são bem divertidas, principalmente a sequência rockeira "How Bad Can I Be?", mas diante desta objetividade praticamente imposta, a fita não aproxima seus personagens da audiência. Parece não existir um protagonista na história, temos apenas coadjuvantes, sendo o próprio Lorax um dos que tem menor visibilidade. Efeitos do roteiro raso.  

O elenco escalado é respeitável. Entre os destaques estão Ed Helms, Zac Efron, Taylor Swift, Betty White e claro, Danny DeVito, que parece combinar até mesmo na fisionomia com pequenino Lorax. 

Mas no final, "O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida", contrariando tudo que aqui foi dito, diverte. Mesmo com problemas de identidade (parece um musical, mas não é) e não trazendo à tona todo o potencial dos personagens (devido ao roteiro enxuto e suas saídas estratégicas em forma de canção), o filme é uma boa pedida para quem curte animações de maneira despretensiosa. Encarar com muita seriedade a obra pode até parecer caretice (ser crítico as vezes não é fácil), pois afinal, esta é uma fita principalmente indicada para os pequenos, e eles vão adorar. Alguns adultos, nem tanto.





















O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida/ The Lorax: EUA/ 2012/ 86 min/ Direção: Chris Renauld, Kyle Balda/ Elenco: Danny DeVito, Ed Helms, Zac Efron, Taylor Swift, Betty White, Rob Riggle, Jenny Slate


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