Sem nunca parar de produzir, Woody Allen é conhecido por obras memoráveis como o badalado "Vicky Cristina Barcelona", o tenso "Match Point – Ponto Final", o hilário "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" e por aí vai. Mas ele também é lembrado por outras obras não tão memoráveis assim, como "Igual a Tudo na Vida", "Scoop – O Grande Furo" ou "Celebridades".
Todos sabemos que diretores acabam passando por altos e baixos em suas carreiras, e com certeza a quantidade de material produzido por Allen deve ser levada em consideração nesta equação, que contabiliza no final um saldo muito mais positivo do que qualquer outra coisa. Neste "Tudo Pode Dar Certo" temos mais um filme menor do diretor, mas este realmente "dá certo". Ele agrada com sua qualidade e humor despretensiosos. Um verdadeiro exemplar de que uma boa piada ainda vale mais do que grandes produções duvidosas que vemos por aí.
A história começa com Boris (Larry David) se apresentando para o público (ele literalmente conversa com a platéia). O personagem é um desses caras geniais, que até já foi nomeado para o Nobel de Física (mas não ganhou). Com uma concepção de realidade áspera e fria, Boris toca sua vida sem muitas expectativas, com um descaso hilário as relações humanas. É então que ele conhece Melody (Evan Rachel Wood), uma linda caipira americana que cai como um milagre em sua vida.
Analisando tudo por um lado cético, o personagem estuda profundamente os prós e contras de se unir a uma pessoa tão diferente dele. No final, Boris se rende aos encantos da garota, e apesar de muito mais velho os dois iniciam um relacionamento que acaba no altar (Allen conhece bem esta história).
Todos sabemos que diretores acabam passando por altos e baixos em suas carreiras, e com certeza a quantidade de material produzido por Allen deve ser levada em consideração nesta equação, que contabiliza no final um saldo muito mais positivo do que qualquer outra coisa. Neste "Tudo Pode Dar Certo" temos mais um filme menor do diretor, mas este realmente "dá certo". Ele agrada com sua qualidade e humor despretensiosos. Um verdadeiro exemplar de que uma boa piada ainda vale mais do que grandes produções duvidosas que vemos por aí.
A história começa com Boris (Larry David) se apresentando para o público (ele literalmente conversa com a platéia). O personagem é um desses caras geniais, que até já foi nomeado para o Nobel de Física (mas não ganhou). Com uma concepção de realidade áspera e fria, Boris toca sua vida sem muitas expectativas, com um descaso hilário as relações humanas. É então que ele conhece Melody (Evan Rachel Wood), uma linda caipira americana que cai como um milagre em sua vida.
Analisando tudo por um lado cético, o personagem estuda profundamente os prós e contras de se unir a uma pessoa tão diferente dele. No final, Boris se rende aos encantos da garota, e apesar de muito mais velho os dois iniciam um relacionamento que acaba no altar (Allen conhece bem esta história).
É então que aparece a mãe da menina, Marietta (Patricia Clarkson), que foi abandonada pelo marido após o mesmo fugir com uma de suas amigas. A mulher, sem ser convidada, entra na vida do casal e faz de tudo para juntar a filha com alguém mais "normal". Enquanto elabora planos mirabolantes para acabar com este casamento, ela se descobre como pessoa, inicia uma promissora carreira de artista plástica e passa a viver um relacionamento com dois homens, um "ménage à trois" muito feliz, como ela mesma explica.
O pai da menina, John (Ed Begley Jr.), também aparece após o termino do relacionamento pelo qual largou o casamento. Quando ele vê a ex-mulher em outra "freqüência", por assim dizer, decide também partir para o auto descobrimento e inicia um romance com um "novo parceiro". E mesmo em meio a muita confusão, tudo parece dar certo, como o próprio título sugere.
Apesar da história incrivelmente insana, a força deste longa está em seus personagens. Larry David, ator experiente que já escreveu para o "Saturday Night Live", foi um dos criadores do ”Seinfield” e está na oitava temporada de sua série "Curb Your Enthusiasm", entrega um Boris mais que eficiente. Ele seria algo como um irmão mais novo e acabado de Allen misturado com o recente e engraçado Sheldon Cooper, da viciante série "The Big Bang Theory". O personagem é um mar de equações duvidosas sobre a vida e os motivos por trás delas, sendo que em alguns momentos tudo se torna tão insuportável que ele acaba pulando por algumas janelas para tentar escapar.
Evan Rachel Wood também se destaca como a inocente e simpática Melody. Dona de uma beleza sem igual, Rachel consegue ficar ainda mais encantadora na pele da menina que veio do Mississipi e que, de forma engraçada, se mostra inteligente à sua maneira, mas sem nunca perder aquele ar de desligada.
Filmada em Nova York, a obra é bem tradicional, com aquele tom leve e costumeiro de Allen. Sendo uma história que é claramente mais um pensamento anabolizado do que uma trama coerente, suas reviravoltas são propositalmente forçadas e isso atrapalha um pouco na hora de degustar o filme, principalmente no fim do segundo ato, quando fica difícil de engolir tantas mudanças bruscas. O humor está lá, de primeira, especialidade do mestre, mas a enxurrada de informações é que faz com que não levemos nada daquilo muito a sério.
No final, ironicamente, o filme funciona de sua maneira, sem muitas pretensões. O diretor aparentemente gosta de falar sem ser ouvido algumas vezes, divertindo seu público de maneira fugaz. Mesmo assim vale pelas risadas. E isso ao que parece é tudo que importa para Woody: risadas, mesmo que breves.
Tudo Pode Dar Certo/ Whatever Works: Estados Unidos, França/ 2009/ 92 min/ Direção: Woody Allen/ Elenco: Larry David, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Michael McKean