Especial: Joss Whedon, o Grande Vingador




Sem sombra de dúvida, um dos lançamentos mais aguardado desse ano é "Os Vingadores". Parece que no momento em que a MARVEL abriu seus estúdios - o que possibilitou realizar a maioria de seus filmes com as próprias mãos - se iniciaram as especulações do bendito longa sagrado, e até pode ter sido por causa delas que esse sonho megalomaníaco ganhou força, pois a empresa sabe que não há nada melhor do que brincar com a pobre mente dos fãs. 

O que se viu depois disso foram rumores acompanhados de rumores. Mas quando um escudo do Capitão América foi descoberto em "Homem de Ferro" as dúvidas se acabaram, aquele foi o elemento determinante, a prova que ligava o assassino a cena do crime. Vários easter eggs surgiram, um melhor do que o outro, e "Os Vingadores" finalmente foi confirmado. Mas uma coisa parece não estar sendo muito discutida depois de todo esse alvoroço: quem pegou a direção dessa colossal responsabilidade, pois afinal, depois de tanto barulho, isso tem de terminar em rock 'n' roll não é?


Talvez possamos ficar calmos, pois mesmo tendo pouca experiência com grandes filmes hollywoodianos, o americano Joss Whedon, 48 anos, tem um currículo respeitável e uma sólida base de fãs angariados por sua extensa e produtiva carreira televisava. Só que diante dos fatos revelados abaixo, é você quem deve julgar se ele é digno do posto ou não.
  
Nascido em uma família de roteiristas de sitcoms, seu primeiro trabalho foi escrever alguns episódios para a famosa série "Roseanne" - que tinha John Goodman como um dos protagonistas -, logo em seguida colaborou também com "Parenthood", esta já não tão bem cotada.

Sempre apaixonado pelo tema "vampiros", Whedon produziu seu primeiro roteiro de cinema em 1992. "Buffy – A Caça-Vampiros" (clássico extremamente tosco da sessão da tarde) foi um fracasso total, mas o grande problema é que seu roteiro foi completamente deturpado e transformado em algo pobre e visivelmente brega. Ele mesmo afirmou que deixou cair uma lágrima durante a estreia do longa. Abaixo temos a bela Kristy Swanson suando a camisa e tentando fazer o longa funcionar.


Após esta decepção, ele seguiu adiante como médico de roteiros, sendo seu trabalho exponencial (um dos maiores de sua carreira) a colaboração com o texto de "Toy Story". Sua participação no processo foi fundamental para o projeto deslanchar, sendo que o personagem Rex é cria de sua imaginação. Este forte contato com a Disney seria de suma importância para o tema "Os Vingadores", tendo em vista que a empresa é a atual dona da marca MARVEL.


Depois disso, outro de seus roteiros se torna um fiasco. "Alien – A Ressureição" é péssimo, mas a culpa de tudo acabou caindo única e exclusivamente nos ombros do famoso diretor Jean-Pierre Jeunet ("O Fabuloso Destino de Amélie Poulain"), que realmente não se encontrou diante da empreitada.

Voltando para o universo da TV, agora também como diretor, conseguiu ressuscitar sua tão desvalorizada "Buffy: A Caça-Vampiros". Foram sete temporadas de sucesso, onde arrebatou milhões de fãs. Neste mesmo período teve tempo de produzir a série "Angel: O Caça-Vampiros", de temática semelhante e que também se saiu muito bem com crítica e público.



Foi então que sua "pequena obra prima", por assim dizer, nasceu. O faroeste intergaláctico "Firefly" é incrivelmente eficiente, e apesar de não ser perfeito em sua totalidade, é fortemente recomendado para quem aprecia o tema sci-fi. Com um elenco entrosado, personagens cativantes e direção atenciosa, a série ganhou prêmios importantes (como o Emmy de melhores efeitos visuais), mas, inexplicavelmente, foi cancelada ao final da primeira temporada pela FOX, fato que explica o ódio mortal de Sheldon Cooper ("The Big Bang Theory") pelo canal.

Procurando dar um desfecho para os fãs, Whedon conseguiu lançar o filme "Serenity" via Universal, operando um milagre de baixo orçamento que foi novamente bem recebido por crítica e público (em breve postarei uma crítica de "Serenity" aqui). Assista a abertura da série.




Já a websérie "Dr. Horrible’s Sing-Along Blog" não é lá essas coisas. Este inusitado musical encabeçado por Neil Patrick Harris ("How I Met Your Mother") e Nathan Fillion ("Firefly") não exemplifica todo o talento do diretor, talvez por sua produção de custos reduzidos, meio caseira até. Como curiosidade, o projeto conta com a participação de Simom Helberg (o Howard de "The Big Bang Theory", ainda sem PhD) e Felicia Day (criadora da websérie  gamer "The Guild", em que interpreta Codex).

Confira 
"Dr. Horrible’s Sing-Along Blog" na integra:



Em 2007, Whedon foi o diretor de alguns episódios do aclamado "The Office" americano, em 2009 conduziu "Dollhouse" (trabalhando mais enfaticamente em sua roteirização) e em 2010 dirigiu um episódio de "Glee".

Veio então o convite que pode ter sido o momento decisivo para sua escolha como diretor de "Os Vingadores". Com a arte de John Cassaday, ele escreveu a HQ e dirigiu a violenta animação motion comic "Astonishing X-Men: Gifted", trazendo o grupo de mutantes de volta a suas raízes de forma exemplar. Seu trabalho seguinte foi a cena escondida no final de "Thor", não sendo creditado por ela para manter o suspense.


Hoje, além estar filmando o sci-fi romântico "In Your Eyes", Joss "The Boss" Whedon finaliza a pré-produção de "Os Vingadores" e
 "Much Ado About Nothing" - uma releitura moderna da obra de William Shakespeare, em que trabalha novamente com seu amigo de "Firefly", Nathan Fillion. Isto é basicamente tudo que o diretor fez de relevante até o presente momento.

Avaliando o entusiasmo dos fãs diante da trupe vingativa, a pressão na hora do lançamento não será leve, mas é importante lembrar que a vasta experiência do "roteirista" será de fundamental 
importância na hora de amarrar não só as histórias, mas também os conceitos usados nas diferentes obras que compõem "Os Vingadores". Analisando superficialmente os filmes predecessores lançados temos: um excelente "O Incrível Hulk", um fantástico "Homem de Ferro", um surpreendente "Capitão América: O Primeiro Vingador" e uma bomba chamada "Thor" (me desculpe, mas o Chris Hemsworth não me convenceu nem por um milésimo de segundo).

No final, estamos todos realmente curiosos com o que o Whedon irá realizar. Esperamos que estúdios e interesses de terceiros não atrapalhem, mas pelas informações liberadas até agora, tudo parece estar correndo muito bem.


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