A história começa com Kevin Flynn (Jeff Brigdes) contando ao seu pequeno filho Sam as inúmeras possibilidades revolucionárias de seu trabalho e como anseia em compartilhar tudo com ele - fato que nunca se concretizou, devido aos acontecimentos do primeiro filme. O garoto então cresce sem o pai, mas sempre enxergando sua sombra na rentável corporação Encom de tecnologia. Mesmo tendo uma relação de "padrasto e filho revoltado" com a diretoria da empresa, o jovem rapaz é peça presente do patrimônio, que poderia estar em suas mãos mas, por escolha própria não está. É então que algo estranho ocorre, levando Sam a visitar o antigo fliperama de seu pai. Lá ele encontra sua passagem de ida para a "Grade", uma espécie de universo metafísico onde programas vivem em sociedade.
Sendo capturado por um típico firewal, o sistema acaba não reconhecendo que programa Sam é - mesmo com ele afirmando não ser um programa. Sua sentença é participar dos temidos "jogos", uma arena de gladiadores que, além de servir como diversão para a Grade, elimina softwares desconhecidos. A única chance de Sam é vencer a batalha, e assim buscar respostas com aquele que criou todo este universo, seu desaparecido pai.
O mote central de "Tron – O Legado" é a relação pai e filho. Toda a criatividade do universo é o principal fator que instiga a trama, que no final fica em segundo plano, perdendo para o visual arrojado e trilha sonora excepcional (realizada pelo Daft Punk, dupla francesa de música eletrônica que aparecem como DJ’s mascarados). Sendo registrado parcialmente em 3D, o filme traz um aspecto maravilhoso, com o escuro universo da Grade iluminado por prédios e habitantes bizarros. A repaginada visual (em comparação com o primeiro longa) foi de bom gosto, tornando tudo muito mais limpo e afiado.
Filmado pelo diretor estreante Joseph Kosinski, o filme traz cenas de ação de qualidade, cheio daqueles clichês que todos adoram, como muito slowmotion (tipicamente "Matrix"), profundidades de 3D bem trabalhadas e certa brutalidade mascarada em forma de píxeis (os inimigos se despedaçam em pequenos cubos). Outro ponto mais que positivo, sendo uma evolução que faz jus a franquia, é a qualidade digital de Clu, vilão que é uma cópia exata de Jeff Bridges nos anos oitenta. Seu realismo é incrível e talvez até confunda os mais desavisados.
O mote central de "Tron – O Legado" é a relação pai e filho. Toda a criatividade do universo é o principal fator que instiga a trama, que no final fica em segundo plano, perdendo para o visual arrojado e trilha sonora excepcional (realizada pelo Daft Punk, dupla francesa de música eletrônica que aparecem como DJ’s mascarados). Sendo registrado parcialmente em 3D, o filme traz um aspecto maravilhoso, com o escuro universo da Grade iluminado por prédios e habitantes bizarros. A repaginada visual (em comparação com o primeiro longa) foi de bom gosto, tornando tudo muito mais limpo e afiado.
Filmado pelo diretor estreante Joseph Kosinski, o filme traz cenas de ação de qualidade, cheio daqueles clichês que todos adoram, como muito slowmotion (tipicamente "Matrix"), profundidades de 3D bem trabalhadas e certa brutalidade mascarada em forma de píxeis (os inimigos se despedaçam em pequenos cubos). Outro ponto mais que positivo, sendo uma evolução que faz jus a franquia, é a qualidade digital de Clu, vilão que é uma cópia exata de Jeff Bridges nos anos oitenta. Seu realismo é incrível e talvez até confunda os mais desavisados.
Mas como um todo "Tron – O Legado" possui diversos problemas. Primeiramente o roteiro não tenta, ou nem se importa em tentar, transformar seu herói principal Sam em alguém carismático, sendo ele raso e distante do público. A atuação pouco convincente de Garrett Hedlund colabora com esse resultado e a falta de conteúdo do herói é clara depois de frases de efeito furadas como "você deve estar de brincadeira!". Outro problema grave é a amnésia que o filme sofre após entrar na Grade. Logo no início somos apresentados a diretoria da Encom, que aparentemente tenta enterrar o nome Flynn e alçar voos capitalistas mais altos. Este contexto é simplesmente esquecido, o que explica a ponta não creditada de Cillian Murphy, que até aparentava ser o vilão da vez, mas talvez fique para a próxima. Toda esta inconsistência se expande pela história e seus personagens, que no final não conseguem se desenvolver de forma satisfatória.
Só que mesmo com o roteiro fraquíssimo não colaborando, Jeff Bridges em alguns momentos emociona com o amor paterno de seu Kevin Flynn. Já Olivia Wilde está linda e versátil como a essencial Quorra, guerreira que precisa ser protegida e o excelente Michael Sheen, transvestido de David Bowie (vulgo Ziggy Stardust), interpreta o maluco Castor. Mas e o programa Tron... por onde anda? Ou Alan Bradley? Bem, ele pelo menos é inserido, de forma capenga na realidade.
Sendo um high concept de primeira, que visa lucrar muito com seus inúmeros brinquedos e jogos, fica a sensação de que faltou muito feeling na hora de produzir este filme. O visual diferenciado com certeza arrastará multidões para o cinema, mas isso não apaga os inúmeros defeitos do roteiro e um personagem principal sem carisma, interpretado de forma duvidosa. Como já disse anteriormente, nenhum filme vive apenas de cenas mirabolantes de ação, por isso o resultado é simplesmente morno. Uma decepção.
Tron: O Legado/ Tron: Legacy: Estados Unidos/ 2010/ 125 min/ Direção: Joseph Kosinski/ Elenco: Jeff Bridges, Garret Hedlund, Olivia Wilde, Michael Sheen, Daft Punk